A primeira edição do Fórum Nacional Energético, promovido pelo Instituto Brasileiro de Transição Energética (INTÉ) e pela Frente Parlamentar de Energia, teve início nesta terça-feira, 16/09, em Brasília. O evento reuniu parlamentares, representantes do Poder Executivo, de empresas e entidades do terceiro setor para debater o futuro do setor energético, com foco na importância da atuação do Poder Legislativo e das agências reguladoras para a promoção de um setor energético seguro, eficiente e sustentável.
O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB), presidente da Frente Parlamentar de Energia, abriu oficialmente o evento destacando que a agenda energética esteve em evidência na pauta do Congresso Nacional nos últimos três anos. O parlamentar citou projetos como os do “aproveitamento do potencial offshore, hidrogênio verde e devedor contumaz” e salientou a importância da Frente de Energia e do INTÉ como espaços de fomento ao diálogo qualificado para o desenvolvimento de pautas que possibilitem uma transição energética segura, justa e eficiente.
Em seguida, o ex-senador, ex-presidente da Petrobras e atual chairman do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean Paul Prates, relembrou a criação da Frente de Energia, da qual já foi presidente, e destacou: “O grande atributo do Brasil é ser um país riquíssimo em recursos naturais energéticos”, ressaltando a importância de que o país saiba aproveitar todo esse potencial.
“Em 2025, a projeção de investimento no setor de petróleo é de US$ 654 bilhões globalmente. Quanto disso podemos atrair para o Brasil?”, questionou o vice-presidente de Relações Corporativas e Sustentabilidade da Shell Brasil, Flávio Ofugi Rodrigues, ao trazer a visão do mercado e alertar para a importância da previsibilidade no setor para que o Brasil atraia cada vez mais investimentos.
Encerrando a mesa de abertura, o presidente do INTÉ, Diogo Pignataro, agradeceu a todos os presentes e aos patrocinadores do evento e lembrou os princípios que norteiam o trabalho do instituto e da Frente de Energia: “Trabalhamos por uma transição energética segura, eficaz e justa, que seja também evolutiva e transformadora para a sociedade e para a indústria.”
Debates do primeiro dia
O painel inaugural, sobre o futuro do petróleo, contou com a assessora da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ana Zettel, o ex-senador Jean Paul Prates e o diretor tributário da Shell Brasil, Fábio Gaspar, sob moderação do presidente-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (ABESPetro), Telmo Ghiorzi. Os participantes destacaram a urgência de novos esforços exploratórios e a necessidade de que os recursos do setor sejam aplicados também na transição energética e em desenvolvimento social.
O segundo painel reuniu o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), presidente do Conselho Consultivo da Frente de Energia, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Artur Watt Neto, e o vice-presidente de Relações Corporativas e Sustentabilidade da Shell Brasil, Flávio Ofugi Rodrigues, com moderação do presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales. “Orçamento suficiente é crucial para gerir responsabilidades crescentes das agências”, destacou Jardim.
Outro destaque foi o painel sobre pobreza energética, com a deputada federal Marrusa Boldrin (MDB/GO), vice-presidente do Conselho Consultivo da Frente de Energia, o deputado federal Pedro Campos (PSB/PE), vice-presidente de Descarbonização e Economia Verde da Frente de Energia, e o CEO da Copa Energia, Pedro João Turquetto, sob moderação do presidente-executivo da Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), Abel Leitão. “A pobreza energética vai além da eletricidade. Milhões ainda cozinham com lenha, carvão ou álcool no século XXI”, afirmou Campos. Já Turquetto lembrou que o uso do carvão “causa mais mortes no mundo do que malária, AIDS e cólera juntos”.
No painel sobre distribuição de combustíveis participaram o deputado federal Júlio Lopes (PP/RJ), vice-presidente de Petróleo da Frente de Energia, a diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, e o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (SINDICOM), Mozart Rodrigues, com moderação do presidente do INTÉ, Diogo Pignataro. O debate ressaltou a magnitude do setor e a necessidade de fortalecer a fiscalização para combater o mercado irregular.
Encerrando o primeiro dia, o painel sobre transporte reuniu o ex-deputado federal Marcelo Ramos, o diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz, e o gerente executivo de Governança e Gestão Estratégica da Confederação Nacional do Transporte (CNT), João Guilherme Abrahão, com moderação da consultora legislativa do Senado Federal, Liliane Galvão. Os participantes defenderam a modernização da frota e investimentos em infraestrutura, destacando a transição energética como oportunidade para reduzir emissões e diversificar a matriz do setor.
Sobre o evento
Em sua primeira edição, realizada em 2025, em Brasília, o Fórum Nacional Energético consolida-se como um espaço de referência para o debate qualificado sobre os rumos do setor energético brasileiro. O evento reúne representantes dos Poderes Legislativo e Executivo, do terceiro setor e das principais empresas do setor de energia para discutir os desafios e as oportunidades da transição energética e da diversificação da matriz nacional.
Organizado pelo Instituto Brasileiro de Transição Energética (INTÉ) e pela Frente Parlamentar de Energia, o Fórum conta com o patrocínio Star da Shell Brasil; Gold da Confederação Nacional do Transporte (CNT); Silver da Compass, da Itaipu Binacional e do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (SINDICOM); e Bronze da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), da Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), da Vestas e do Grupo Energisa.
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