Audiência pública promovida pela Frente de Energia no Rio de Janeiro reuniu representantes do governo, terceiro setor e academia para debater eficiência energética no setor de biocombustíveis

A Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia (Frente de Energia) promoveu nesta segunda-feira audiência pública para debater medidas de eficiência energética no uso dos biocombustíveis. Liderado pelo deputado Eduardo Bandeira de Mello (PSB/RJ), Vice-Presidente de Eficiência Energética da Frente, o encontro apresentou propostas que devem ser consolidadas para apresentação durante a COP30.
“Estamos diante de uma grande oportunidade para o Brasil mostrar ao mundo sua capacidade de inovar e liderar na área de descarbonização do setor energético. Os biocombustíveis são uma parte essencial desse processo, e quando combinados com medidas de eficiência energética, podem transformar radicalmente nossa matriz energética e tornar o Brasil uma referência internacional”, destacou Bandeira de Mello.
A audiência reuniu especialistas do governo, terceiro setor e academia, que apresentaram soluções tecnológicas e regulatórias para potencializar o uso de biocombustíveis, com destaque para a integração entre etanol de cana e milho em plantas flex, o fortalecimento do biometano como solução energética regional, o avanço da bioeconomia e a valorização da cogeração de energia.
O Diretor-Executivo do Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), Jaime Buarque de Holanda, iniciou o evento demostrando o potencial do etanol como combustível e destacando potenciais projetos futuros, como o desenvolvimento de veículos pesados com tecnologia flex. Na sequência, o representante do Comitê Técnico da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Celson Prochnor, enfatizou a complementaridade entre fontes energéticas: “devemos investir na complementaridade entre as fontes e não na concorrência entre elas”, defendeu, citando exemplos bem-sucedidos como a mistura do etanol anidro à gasolina e do biodiesel ao diesel mineral.
O Chefe do Departamento do Complexo Alimentar e Biocombustíveis (DEAGRO) do BNDES, Mauro Matoso, desmistificou a ideia de que a produção de biocombustíveis compete com a segurança alimentar, demonstrando como pode, inclusive, fortalecer o setor agrícola. A importância do etanol de milho para a segurança da oferta energética nacional foi reforçada tanto por Matoso quanto por Rafael Araujo, Consultor Técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A conexão entre academia e setor produtivo foi tema da apresentação do professor Marcelo Maciel Pereira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que apresentou o projeto biopetróleo e defendeu políticas públicas que aproximem universidades e empresas para impulsionar investimentos em inovação e tecnologia no setor.
Entre os avanços regulatórios e financeiros discutidos, destacaram-se o Renovabio, o uso do REIDI, o Programa Nacional do Biometano e a inclusão do etanol de segunda geração como combustível sustentável de aviação (SAF), temas reforçados pelo secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Daniel Almeida Filho, e pelo diretor do departamento de biocombustiveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Marlon Arraes.
Como encaminhamento concreto, a Frente de Energia, sob coordenação do deputado Bandeira de Mello, consolidará um plano de ação com metas mensuráveis para apresentação na COP30. “Nosso papel, enquanto Parlamento, é garantir que esse potencial seja plenamente aproveitado, oferecendo segurança jurídica e estímulos adequados para os investimentos necessários”, concluiu o parlamentar.
O documento apresentará estratégias para desenvolvimento tecnológico, atração e retenção de talentos especializados, expansão da infraestrutura energética e aprimoramento do ambiente regulatório para o setor de biocombustíveis, posicionando o Brasil como protagonista global na transição energética.
Assessoria de Imprensa
Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia (Frente de Energia)